Bela e o Monstro

Era uma vez um príncipe egoísta que um dia não prestou ajuda a uma velhinha que a solicitou. Só que esta era uma bruxa e gritou uma maldição:

- Julgas-me indefesa! Pela tua falta de piedade condeno-te a viver a partir de hoje como um monstro.

- Mas que mulher gostará de mim assim?

Numa noite Maurício, o pai de Bela, perdeu-se no Bosque e, depois de muito caminhar, chegou ao castelo do monstro. Chamou, chamou e, como ninguém acorresse e a porta estivesse aberta, entrou e sentou-se junto da lareira, para se aquecer.

- Invadiste a minha casa, velho! - gritou o monstro.

- Sou um inventor... suplicou-te Maurício. - Juro que não direi a ninguém que o vi... Deixe-me ir embora...

- Cala-te! - rugiu o monstro. - És meu prisioneiro!

- Alguém me ouve?

- Esta apareceu e levou-a à cela do pai.

- Velho, vai-te embora, mas se contares a alguém o meu segredo, não verás mais a tua filha!

Noite dentro, o monstro lembrou-se que deveria conseguir o amor sincero de uma mulher... Mas como?

Com pena de Bela, conduziu-a a um grande e confortável quarto. Deu-lhe de comer e portou-se com a máxima educação. E ofereceu-lhe um lindo vestido.

- Nunca vi tantos livros. Já leu todos?

- Não, respondeu o monstro.

- Creio que é mais humano do que aparenta, senhor!

Continuando o mostrar-lhe o castelo, entraram na sala aonde se encontrava a rosa mágica.

- Está a morrer! - gritou ela.

- E eu morro com ela! - disse tristemente o monstro.

Entretanto Bela voltou à aldeia, para salvar o pai que, por ser inventor, o povo achava louco. E no afã de apresentar argumentos falou do castelo e do seu dono, salientando a bondade deste. Mas ninguém acreditou nela. E os camponeses armaram-se com forquilhas e enxadas para matar o monstro.

Bela adiantou-se e, correndo quanto podia, conseguiu chegar primeiro ao castelo. E avisou o príncipe do perigo que o espreitava. Mas, já muito farto da vida que levava, ele não quis lutar. Um dos camponeses feriu-o com um punhal e empurrou-o de uma varanda do castelo.

- Vou ajudar-te! - gritou Bela. - Não podes morrer!

Correu até ao jardim e beijou com amor o monstro, tentando reanimá-lo.

O castelo encheu-se de vida. E logo depois veio a boda dos dois enamorados, que viveram felizes para sempre.



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